Por Edgar Ribeiro
Você com certeza já parou para pensar em como as melhores empresas do mundo utilizam as próprias receitas. Certamente alguns pensam que elas ganham dinheiro e simplesmente deitam em cima dele.
Entretanto, esse artigo está sendo escrito pois o fato é que as empresas estão constantemente investindo seu dinheiro nas suas mais diversas áreas de atuação.
Ter e mais importante, manter, sua participação no mercado exige reinvestir seu capital para se manter a par com as constantes inovações.
A partir de agora veremos algumas dessas empresas e como elas gerenciam seu dinheiro.
Amazon
Todos sabemos que a Amazon é referência em todas as instâncias do mercado e que tem um sucesso estrondoso, sendo a 28ª na lista Global 2000 da Forbes.
Em 2018 a Amazon reportou uma receita de incríveis US$232,9 bilhões. No entanto, a parcela real de lucro, foi de somente US$10,1 bilhões, sendo o equivalente a menos de 5% de margem de lucro.
Além disso, de acordo com o Headway Capital “A Amazon (…) favoreceu fortemente o crescimento sobre os lucros, reinvestindo grande parte de sua receita em melhorias em sua infraestrutura de entrega de última milha, na expansão de sua base de associados Prime e no desenvolvimento de novos empreendimentos comerciais. A gigante do comércio eletrônico não obteve lucro até o último trimestre de 2001 e teve vários trimestres não lucrativos desde então”.
Nike
Patrocinadora das maiores marcas do mundo como NFL, NBA, faculdades e atletas.
Em 2018 a Nike ficou em terceiro lugar na categoria de maior empresa de vestuário, superando a Adidas e ficando atrás somente de Christian Dior e Zara.
Naquele ano, a Nike gerou US$36,4 bilhões. Porém, teve somente US$1,93 bilhão de lucro.
De acordo com a Headway Capital: Uma das maiores despesas da Nike é a promoção e o fortalecimento de sua marca. No ano fiscal de 2018, a Nike gastou US$ 3,6 bilhões em “criação de demanda”. Isso consiste em custos de publicidade e promoção, incluindo contratos de endosso, televisão, digital e publicidade impressa.
A Nike também está gastando mais em suas lojas físicas e cadeia de distribuição, enquanto tenta aumentar suas ofertas de varejo diretas ao consumidor. A Nike gastou US$ 7,9 bilhões em despesas operacionais no ano fiscal de 2018, um aumento de 9,9% em relação ao ano anterior.
Disney
Uma das marcas mais famosas do mundo, Disney, a empresa da fantasia. Em 2018, sendo a nº70 na lista da Forbes Global 2000, divulgou uma receita de US$59,43 bilhões e um lucro de US$13,06 bilhões – uma margem de lucro de 22%.
De acordo com o relato da Headway Capital, a Disney distribui todo o resto de sua receita em propriedades de mídia e novas operações digitais.
A Disney adquiriu várias outras empresas de entretenimento no século XXI, como a Pixar em 2006, a Marvel Entertainment em 2009, a Lucasfilm em 2012 e, mais recentemente, os ativos de cinema e TV da 21st Century Fox em março de 2019.
A Disney pode então utilizar novas propriedades em seus segmentos de negócios, produzindo quatro filmes de Guerra nas Estrelas desde a aquisição da Lucasfilm e anunciando mais quatro até 2026.
Abriu também parques com tema de Star Wars na Disney World e Disneyland em 2019 e está vendendo mercadorias de Star Wars em suas lojas de varejo da Disney, por exemplo.
Outras grandes propriedades de propriedade majoritária da The Walt Disney Company incluem ABC, ESPN e Hulu.
Uber
A Uber é um caso especial e merece uma anásile e pesquisa de todos nós (após ler esse artigo, pesquise sobre oferta de crédito e taxa de juros americana). Ela opera com prejuízo – no segundo trimestre de 2019, ela apresentou uma perda de US$5,2 bilhões.
Em 2018, como estamos analisando aqui, ela apresentou uma receita de US$9,8 bilhões e um pouco menos de US$1 bilhão de lucro – uma margem de 10%.
A Uber, uma das maiores empresas de ridesharing, de acordo com a Headway Capital:
A empresa tem custos de crescimento significativos quando se muda para uma nova cidade, gastando em bônus para recrutar novos motoristas e descontos em viagens para atrair novos clientes.
A Uber também investe pesadamente em Pesquisa e Desenvolvimento, gastando US$ 457 milhões em carros autônomos e outras tecnologias avançadas, além de US$ 1 bilhão em outras despesas do tipo.
Embora alguns desses empreendimentos, como o Uber Freight, tenham se mostrado promissores na forma de receitas crescentes – capturadas no segmento “other bets”, investidores parecem não ter tanta paciência com a estratégia de crescimento sobre o lucro da Uber.
As ações da Uber caíram 7,6% no dia de seu IPO em 10 de maio de 2019, perdendo um valor coletivo de US$ 618 milhões em valor – a maior perda em dólar na história do IPO nos EUA desde 1975.
Conclusão
Concluindo com essa análise básica, as maiores empresas do mundo, apesar de terem receitas fora da realidade até de muitos países, possuem margens de lucro relativamente reduzidas.
Uma máxima do mercado é a questão do longo prazo. Muitas das vezes as maiores e mais relevantes empresas do mundo sacrificam seu lucro de curto prazo e substituem por uma cultura de longo prazo, reinvestindo a maior parte de sua receita na captura de cada vez mais clientes, na infraestrutura da cadeia de suprimentos, dentre outras coisas.